ULTRA-SOM DE GRAVIDEZ ECTÓPICA

Atualmente a ultra-sonografia é o exame complementar de primeira escolha para se avaliar uma paciente com suspeita de gestação extra-uterina. Qualquer mulher em idade fértil pode desenvolver uma gravidez fora da cavidade uterina, o que, mais comumente, ocorre na trompa (95 – 97%), principalmente na zona ampular seguido pela região do istmo, mas também podendo ocorrer no ovário (0,5 – 1,0%), no colo uterino (0,1%) e muito raramente nas fímbrias.

São fatores de risco:

• Gravidez ectópica prévia
• Uuso de D.I.U.
• História de doença inflamatória pélvica, especialmente salpingite
• Cirurgia de reconstrução tubária prévia
• Fertilização in vitro
• Gravidez após coagulação tubária laparoscópica
• Endometriose

Após a introdução da ultra-sonografia ENDOVAGINAL em 1974 por Kratochwil, a avaliação ecográfica dos órgãos genitais femininos teve melhora importantíssima, de tal forma que hoje se visualiza as características normais de uma gestação mais precocemente e com mais detalhes do que na avaliação por via abdominal. O melhor parâmetro para se afastar uma gravidez extra-uterina é a demonstração de uma gestação intra-uterina, o que é feito inicialmente com a identificação do saco gestacional verificando-se o chamado saco decidual duplo e a seguir pela demonstração da vesícula vitelina.

Quando o saco gestacional em desenvolvimento alcança um diâmetro médio aproximado de 10 mm a vesícula vitelina torna-se consistentemente visível e quando esse diâmetro atinge cerca de 16 mm o embrião passa a ser detectado. É preciso ter em mente que uma gestação tópica pode ser acompanhada concomitantemente de uma ectópica, mas tal fato é de muita raridade.
Podemos encontrar como sinais ultra-sonográficos de uma gestação ectópica: líquido em fundo de saco de Douglas; pseudo-saco gestacional; massa anexial de aspectos variados como por exemplo massa anular de paredes espessas ou mesmo massa de paredes espessas e ecogênicas com presença de embrião apresentando batimentos cardíacos.
Dentro da ultra-sonografia o estudo Doppler pode nos auxiliar no diagnóstico ao caracterizar na massa suspeita a presença de fluxo com padrão de baixa resistência.
A dosagem de β-hCG pode também ajudar, uma vez que níveis elevados deste hormônio na ausência de uma gestação tópica, fala muito a favor de gravidez ectópica.
Deve ser feito uma ressalva em relação à importância da ultra-sonografia neste diagnóstico, não se podendo elevar o método como infalível, sendo importante lembrar que uma ecografia normal não exclui completamente uma gravidez ectópica.